Falta de informação, boatos e mentiras existem há muito tempo, mas o termo “Fake News” ganhou força durante o período eleitoral americano, onde foram identificados centenas de sites que propagavam notícias falsas sobre os candidatos à presidência dos Estados Unidos, em 2016. No Brasil não é diferente, milhares de notícias foram compartilhadas durante o período eleitoral. O dia da votação está chegando e as fake news estão cada vez mais tomando conta das redes sociais. Só na última semana, com as manifestações ao redor do país, a equipe do “Fato ou Fake”, página de verificação do Grupo Globo, identificou 11 publicações falsas em redes sociais de grande repercussão, onde 35 postagens no Facebook tiveram 400 mil compartilhamentos e 4 vídeos somaram 2,7 milhões de visualizações propagando as Fake News. Ainda na matéria, o Globo diz que o perigo está no Whatsapp, que é o aplicativo mais utilizado no compartilhamento de notícias política e eleições e seu conteúdo não é rastreável.
As Fake News são histórias inventadas, criadas para enganar as pessoas, com poucas informações e, algumas, possuem conteúdo publicitário – matérias compradas por empresas para falar bem de seus produtos e serviços. Essas notícias aparecem em sites profissionais semelhantes aos dos grandes veículos midiáticos (layout padronizado), relacionadas a assuntos ou pessoas mais pesquisadas em sites de buscas, como o Google.
Por não saber como identificá-las, as pessoas acabam compartilhando, em massa, às Fake News, gerando consequências na disseminação de informações. Atualmente, as notícias e informações circulam e se espalham na rede em fração de segundos. Essa velocidade faz com que as Fake News sejam compartilhadas de forma tão rápida quanto as notícias verdadeiras.
O jornal O Estado de S. Paulo divulgou que os “Brasileiros são os que mais acreditam em Fake News no mundo”, (62%) seguido da Arábia Saudita e Coreia do Sul (58%) e Peru e Espanha (57%). Essa informação foi publicada com base nos dados da pesquisa mundial da Ipsos, feita no período de junho e julho de 2018, na qual ouviu mais de 19.000 pessoas que destaca notícias falsas, bolhas e pós-verdade afetam toda a sociedade.
Listamos abaixo 10 maneiras de identificar as Fake News:
1 – CONTEXTO:
Analisar o contexto da notícia em relação a quem escreveu, quando e onde foi publicado; se houve alguma atualização nas informações desde de sua publicação.
2 – CREDIBILIDADE:
O autor da matéria e o local onde ela foi publicada tem credibilidade? É um local confiável e conhecido por disseminar informações verdadeiras? As fontes utilizadas na construção da matéria são de confiança? A matéria está em algum site que já publicou Fake News?
3 – CONSTRUÇÃO:
Notícias falsas possuem linguagem apelativa, sensacionalista, especulações, opiniões de seus autores e não possuem equilíbrio das informações (focam apenas em um lado da história, sem apresentar o todo).
4 – CORROBORAÇÃO:
Corroborar, investigar as informações em outros sites que estejam tratando do assunto. Se só aparecer em um site ou em sites não confiáveis (onde já tiveram sido detectadas a publicação de notícias falsas), é provável que não seja verdade.
5 – COMPARAÇÃO:
Comparar outras fontes e veículos para obter uma perspectiva maior do assunto, coletando mais informações e dados sobre o que está sendo falado sobre esse tema.
6- IMAGENS:
As imagens que ilustram a matéria têm créditos ao fotógrafo ou agência que foi retirada? Essa imagem é recente? É muito comum, em notícias falsas, ser usado fotos antigas e de outros acontecimentos para ilustrar a matéria. O Google facilita nessa verificação apresentando os lugares onde aquela foto foi reproduzida.
7- FONTES CONFIÁVEIS:
Além da verificação da credibilidade do autor e site, as fontes utilizadas para embasar a notícia devem ser fontes confiáveis, oficiais (no caso de órgãos públicos), especialistas no assunto. Caso sejam fontes pouco conhecidas, é possível que esteja se tratando de uma notícia falsa.
8- LAYOUTS E URL:
Olhe atentamente a URL do site que está a notícia, pois alguns sites de notícias falsas possuem URLs parecidas com a dos veículos tradicionais, além de possuir um layout profissional parecido com essas páginas.
9- REDES SOCIAIS:
Redes sociais NÃO são fontes confiáveis. Não saia compartilhando tudo que você lê nas redes sociais. Pesquise, verifique, veja se sites e agências de notícias estão falando sobre o assunto.
10- FACT-CHECKING:
Com esse aumento na divulgação de notícias, agências e veículos de notícias criaram métodos para identificar e avaliar as informações. Abaixo listamos algumas das principais fontes oficiais de verificação:
– Estadão Verifica (O Estado de S. Paulo)
– Truco (Agência Publica)
– Fact-Checking (Agência Lupa)
– Fato ou Fake (Globo)
BÔNUS:
É importante reforçar que não se deve sair compartilhando informações e notícias que recebemos nas redes sociais e em conversas com amigos e familiares sem uma apuração prévia.
Por: Bruna Chateaubriand