“Do Conhecimento Ancestral ao Afrofuturismo”, “Cinema Negro: a produção audiovisual como uma ferramenta antirracista” e “A ancestralidade é o Futuro!”
Ancestralidade, afrodescendência, afrofuturismo, educação antirracista são expressões cada vez mais presentes no cotidiano das Naves do Conhecimento. Resultado de um trabalho contínuo e profundo, que busca evidenciar, por meio da cultura e da tecnologia, as lutas e resistências da população negra contra o racismo, o preconceito, a discriminação racial e as desigualdades sociais, presentes nos territórios onde as Naves estão situadas, e na sociedade como um todo.
Nesta segunda edição do Novembro Negro, as Naves do Conhecimento Penha, Nova Brasília e Engenhão promoveram eventos que resultam em um trabalho cotidiano realizando debates, rodas de conversa, apresentações de música e dança (jongo), declamação de poesia, exposição fotográfica, exibição de filmes, resgatando as raízes africanas das populações locais, celebrando a cultura afro-brasileira, transmitindo mensagens de resistência e empoderamento.
A seguir apresentamos um breve resumo do que ocorreu em cada um destes eventos:
Dia 24/11 na Nave do Conhecimento Penha – “Do Conhecimento Ancestral ao Afrofuturismo”
Atividades enriquecedoras como roda de conversa, roda de jongo, declamação de poemas e uma edição especial do Cine Nave agitaram o público presente na unidade, envolvendo cerca de 50 participantes.
O escritor Eliseu Banori abriu o evento trazendo reflexões profundas sobre a ancestralidade e o futuro dos afrodescendentes, com a participação no debate de convidados como Flávia Souza, Ivan Karu, Lady B e Janaína Nascimento, que compartilharam suas experiências e visões.
Membros do grupo Afrolaje, Flávia Souza e Ivan Karu, animaram a todos com uma vibrante roda de jongo, resgatando as raízes africanas e celebrando a cultura afro-brasileira. Houve também espaço para a poesia, com declamações emocionantes de poemas.
Para encerrar o evento em grande estilo, foi realizado uma edição especial do Cine Nave com a exibição do filme “Pantera Negra – Wakanda Forever”. Esta produção cinematográfica aclamada pela crítica e público. por seu impacto cultural e representatividade, proporcionou reflexões sobre o papel da representação negra no cinema e na sociedade como um todo.
O Novembro Negro “Do Conhecimento Ancestral ao Afrofuturismo” foi uma ótima oportunidade para ampliar horizontes, promover diálogos, celebrar a diversidade e o legado afrodescendente, deixando uma marca significativa na comunidade na luta por igualdade, valorização da história e contribuições da população negra.
Dia 28/11 na Nave do Conhecimento Nova Brasília – “Cinema Negro: a produção audiovisual como uma ferramenta antirracista”
Este evento inspirador, reuniu cerca de 35 participantes, para debater numa roda de conversa a produção audiovisual como ferramenta antirracista, com a presença especial de David Amen, cria do Complexo do Alemão, jornalista, grafiteiro, ilustrador e videomaker. Co-Fundador do @raizesemmovimento e do Coletivo @classed_zn. Sua presença proporcionou uma visão singular sobre o tema, através do compartilhamento de suas experiências e insights valiosos.
Amen destacou como a produção audiovisual pode ser um instrumento eficaz na luta contra o racismo, iluminando questões cruciais e evidenciando o papel transformador da arte e da comunicação visual em nossa sociedade.
Fez parte também do evento o notável Coletivo Mulheres In Cena, representado por Tamires dos Santos e Christiane Odara. Tamires é oriunda de Vila Aliança, graduanda em Fotografia pela Universidade Estácio de Sá, fotógrafa e Instrutora da Nave do Conhecimento Engenhão. Christiane é Jornalista, graduada em Comunicação Social pela FACHA, produtora cultural e Assessora de Comunicação da Nave Engenhão. As reflexões compartilhadas foram profundas e suas contribuições fundamentais para o debate sobre o papel das mulheres, especialmente das mulheres negras, nos campos da ciência, tecnologia, inovação e cultura. Suas perspectivas enriqueceram a discussão, desafiando estereótipos no enfrentamento do racismo e sexismo em âmbitos público e privado de promoção da ciência e tecnologia.
Dia 30/11 na Nave do Conhecimento do Engenhão – “A Ancestralidade é o Futuro!”,
Afrofuturismo, Educação antirracista e valorização de empreendedores e produtores negros, foram temas abordados nas palestras, intervenções de artistas urbanos, exposições físicas e virtuais no Novembro Negro na Nave do Engenhão, que reuniu em um só lugar arte, a inovação, a tecnologia, e toda a potencialidade da cultura negra, com um time potente de convidados, artistas, pesquisadores, escritores, diretores e empreendedores, envolvendo em torno de 80 participantes.
Além da Exposição Fotográfica “DISRUPTIVUS”, de Jeferson Cora, nesta ocasião, foi lançado o curso de Fotografia Antirracista, realizada a Batalha do Engenhão, Roda Cultural de Hip-Hop do Engenho de Dentro e apresentado o “Monólogo Mais Amor” por Luyz Marquês.
O evento contou ainda com três importantes painéis de debates: “Afrofuturismo – O Ontem, o Hoje e o Amanhã”, com a presença de Lu Ain-Zaila, Paulinho Sacramento e Junior Negão; “Afroturismo – O Destino é Ancestral” com Carina Santos, Kanu Trindade e Rosana Lopes; e “Educação Antirracista – Hackeando o Sistema”, com Walmyr Junior, Tiago Pereira e Christiane Odara.
O Novembro Negro não passou em branco nas Naves do Conhecimento Penha, Nova Brasília e Engenhão. Ele foi marcado por importantes atividades na luta contra o racismo, pela diversidade e inclusão social.